quarta-feira, 28 de março de 2012

Cordel do CAPS na Integração - por Enf Diego Leal no facebook, quarta, 28 de Março de 2012 às 12:22

Era uma vez em Cabrália
De manhã resolvemos dar uma palha
Saiu cantoria de montão,
enquanto nos preparávamos para comer feijão
O Ricardo, o Josimar e o Valter jogaram capoeira,
chegaram a levantar muita poeira.
A Sabiá não parava de elogiar,
A Fátima não parava de cantar,
O Diegão, escrevendo este cordel sentado...
e o Rodrigo ria muito, todo assanhado.
O Paulo dizia: "agora é eu!",
fazendo gol igual ao Loco Abreu.
E o Pinda, com as pernas cruzadas,
também deu umas boas risadas...
A Vitória e a Maria, com suas mamadeiras na mão,
esperando a saladinha de mamão...
A Elisângela chegou atrasada, mas tá valendo,
pegou sua Bíblia e já estava lendo.
A Jeane, com o pescoço esticado,
O outro Paulo, todo entusiamado.
Liz Ângela, toda quietinha,
gosta mesmo de comer farinha.
O delegado em pé, de mão no bolso.
Na fila, é o primeiro a pegar o almoço.
Rosinha, João Carlos, Edson e Manoel,
estavam docinhos igual a mel
Léia, profa. Maria, Lay, Enedina e Baiana, ficaram pro final,
por isso vamos guardar pra elas um bom mingau.
Pra vcs todos, leitores, o carinho da nossa amizade.
Muita saúde, paz e felicidade

                                                    Enf. Diego da Rosa leal - COREN ID 98607 - 28/03/2012
  (Escrito no grupo de integração do CAPS I, Cabrália, com a participação dos pacientes intensivos, no Show de Talentos)

quarta-feira, 7 de março de 2012

ATIVIDADES DOS CAPS

ranna carolina em CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - Há 2 semanas
A diversidade das atividades desenvolvidas no centro de atenção psicossocial (CAPS)buscam integrar pacientes,para que estes entendam que seu problema não é único,mas também visa inserí-los no meio social,trazendo a família e amigos para o tratamento

A GRANDE FAMÍLIA(EQUIPE)

ranna carolina em CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - Há 2 semanas
A equipe é formada por enfermeiros,psicólogos,psiquiátras,e profissionais que ficam responsáveis pelo desenvolvimento de atividades coletivas,como feiras e exposições além de atividades lúdicas,que vai interligá-las ao tratamento individual.

Sem título

ranna carolina em CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - Há 2 semanas
“o compromisso deste serviço,e de cada um de nós,é tirar a loucura do enclausuramento e do isolamento que vive a tantos anos. Precisamos perceber que a “loucura”não está só no outro e que,à medida em que a negamos e a afastamos,excluímos do convívio social também as pessoas que dela sofrem. Deixamos de perceber suas particularidades e beleza. Deixamos de tratá-la como cidadãos também. Todos nós temos o direito de conquistar nossos desejos e de realizarmo-nos como pessoa”.

Sem título

ranna carolina em CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - Há 2 semanas
(CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL) São unidades de atendimento intensivo e diários à pessoas com transtornos psíquicos, como neuroses e psicoses. Este é um modelo proposto pela reforma psiquiátrica,na luta anti-manicomial. O CAPS,funciona como um centro de tratamento psiquiátrico que se configura pelo acompanhamento de longa duração,mas que diferentemente dos hospitais psiquiátricos,funcionam em regime aberto,permitindo que o paciente permaneça inserido em seu meio social (família,amigos e atividades cotidiana). O centro de atenção psicossocial,instaura uma novo modelo de atenção a saú... mais »

É a hora de Jajá!

Centro de Atenção Psicossocial em CAPS - São Francisco de Itabapoana-RJ - Há 2 semanas
"NÓS SOMOS CAPS I, NÓS NÃO SOMOS QUALQUER UM!" Jajá "Queridos munícipes, Nós funcionários do CAPS I, na localidade de ponto de Cacimbas, solicitamos para que respeite nossos usuários pois estamos aqui de braços abertos esperando todos. Temos a honra de comunicar-lhes que o CAPS tem a função de tratar de pessoas com problemas psiquiátricos e também nós estamos de braços abertos esperando todos para que essas criaturinhas tão sofridas por terem um probleminha psiquiátrico não vá até a loucura, internando em hospitais. Por favor, não rejeitem uma pessoa que veio ao mundo com um p... mais »

CAPS e Religião

Centro de Atenção Psicossocial em CAPS - São Francisco de Itabapoana-RJ - Há 2 semanas
O CAPS é um espaço de liberdade, inclusive religiosa. Nos caracterizamos como um espaço público sem nenhum vínculo religioso, entretanto respeitamos as escolhas de nossos usuários. Hoje, a pedido de Gilmar, publicaremos suas composições que, como o mesmo informa, são louvores. Gilmar *Feliz com Deus* Viver a vida Viver com amor Viver na paz Com nosso Senhor Deus é bom Deus é alegria Deus é felicidade Todos os dias Seja amiga Seja irmão Deus é bondade No coração O sol a brilhar Traz a luz da manhã Meu amor para amar Leva a mente sã Hoje sou feliz Tenho Jesus Não sinto mais O peso... mais »

Dia da Luta Antimanicomial

Centro de Atenção Psicossocial em CAPS - São Francisco de Itabapoana-RJ - Há 2 semanas
Dr. Fabiano Córdova na luta antimanicomial A secretaria de Saúde São Francisco de Itabapoana, por meio do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), comemorou o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. O evento aconteceu na praça da igreja, no Centro, teve início às 8h e foi aberto ao público. Estavam presentes vários secretários do Executivo Municipal e o prefeito Beto Azevedo, acompanhado pela primeira dama, Romênia Azevedo. Pela primeira vez, São Francisco comemorou o Dia da Luta Antimanicomial que é realizado em vários municípios do Brasil. Na programação, exibição do filme "bicho de ... mais »

O Amor

Centro de Atenção Psicossocial em CAPS - São Francisco de Itabapoana-RJ - Há 2 semanas
Te amar é navegar nos oceanos E ver o por do sol em uma ilha Só eu e você em uma praia deserta Sorrindo um sorriso alegre Cheio de esperança e paz Um e outra para sempre feliz Welton Moreira da Silva Usuário do CAPS Beto, Welton e Salvador

O que é reforma psiquiátrica?

Centro de Atenção Psicossocial em CAPS - São Francisco de Itabapoana-RJ - Há 2 semanas
• É a ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental, que garante o acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade; • É amparada pela lei 10.216/2001, conquista de uma luta social que durou 12 anos; • Significa a mudança do modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a família e a comunidade; • O atendimento é feito em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Residências Terapêuticas, Ambulatórios, Hospitais Gerais, Centros de Convivência; • As internações, quando necessárias, são feitas em hospitais gerais ou nos Caps/24 h... mais »

Evitando internação, CAPS é a solução!

Centro de Atenção Psicossocial em CAPS - São Francisco de Itabapoana-RJ - Há 2 semanas
*Você já foi internado em Hospital Psiquiátrico?* *Conhece alguém que já foi? É parente de uma pessoa considerada “louca”? * Buscando mudar forma de tratamento das pessoas com “sofrimento psíquico”, as que são ou podem ser internadas em Hospital Psiquiátrico (“Manicômios e Hospícios”) a Prefeitura Municipal de São Francisco de Itabapoana, através da Secretaria Municipal de Saúde, oferece o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). *O que é CAPS?* O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é a unidade de saúde responsável para prevenir as chamadas “internações psiquiátricas” possibilitan... mais »

O QUE É CAPS ?

caps.luiscorreia em Centro de Atenção Psicossocial CAPS - Há 2 semanas
Centro de Atenção PsicossociaL é um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele é um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. O objetivo do CAPS é oferecer atendimento á população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, laser, exercícios dos d... mais »

Centro de Atenção Psicossocial - CAPS II - Codó/MA

Centro de Atenção Psicossocial - CAPS II em Centro de Atenção Psicossocial - CAPS II - Há 2 semanas

ENCERRAMENTO DO CURSO DE CAPACITAÇÃO DE AGENTES DE PREVENÇÃO ÀS DROGAS

CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) DE FARIAS BRITO em Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Farias Brito - Ceará - Há 2 semanas
No dia 26 de janeiro aconteceu o encerramento do curso “Agentes de prevenção as drogas” realizado pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com o Ministério da Saúde e ministrado pela Dra Luiza Angélica e equipe. Nessa ocasião estiveram presentes o secretário de saúde Dr. Liberalino Neto e a vice prefeita Dra. Rejane Francelino, onde se comprometeram em apoiar integralmente a implementação de uma política antidroga no município. Para dar início ao evento foi apresentada uma peça teatral encenada pelo grupo de teatro do CAPS - Caminhos da Arte e no encerramento aconteceu outra... mais »

TIGRES DA LOUCURA

Caps Lima Barreto em Centro de Atenção Psicossocial Lima Barreto - Há 4 semanas
LOCAL: CAPS LIMA BARRETO ( NO PAM BANGU)

OFICINA DE COMPUTAÇÃO

CAPSad Cascavel em CAPSad Cascavel - Há 2 meses
A oficina de computação tem como principal objetivo, ensinar o manuseio do computador dentro de um contexto tecnologico e globalizado de mundo, uma vez que os adolescentes possam utilizar esses conhecimentos de tal forma que possam ser inseridos futuramente num mundo laboral, desde já percebendo um conceito de cidadão e cidadania, assumindo assim certas responsabilidades. Nesta oficina são exercitadas através de técnicas: a digitação, a navegação na internet, a criação de paginas web, a montagem e manutenção de computadores, bem como um raciocínio lógico, matemático e filosófico. A ... mais »

OFICINA PEDAGÓGICA

CAPSad Cascavel em CAPSad Cascavel - Há 2 meses
.REFORÇO PEDAGÓGICO Busca estabelecer uma ligação efetiva entre o adolescente e os conhecimentos que lhes parecem distantes ( devido ao baixo rendimento escolar ou mesmo o abandono da escola), mas que estão contidos em cada traço de suas vivências e lhes serão necessárias para a formação dele próprio enquanto indivíduo. Como principal objetivo fazer uma avaliação através de atividades lúdicas para caracterização e identificação do nível de escolaridade do adolescentee. O reforço pedagógico possibilita intensificar e desenvolver habilidades para posterior reinserção na escola ou o

Complicado, hein??? - SÍNDROME, TRANSTORNO E DISTÚRBIO.

Síndrome = conjunto de sintomas. Ex.Síndrome do pânico que engloba sensação de desmaio, insegurança, medo, etc, etc.
Transtorno = uma perturbação, incômodo. P.ex.Transtorno ansioso, de humor.
Distúrbio = mal funcionamento. Distúrbios do sono.

Na síndrome do pânico, que é um sub-tipo de transtono ansioso, há distúrbios de comportamento.

"Um distúrbio pode ser definido como uma variável ou sintoma indesejado que ao ser inserida a determinado sistema, tende a influir ou perturbar de forma muitas vezes imprevisível o valor das variáveis ou da variável que está sendo controlada.

A palavra distúrbio, etimologicamente, significa alteração da ordem das coisas, interrupção e, pode causar comprometimentos. Os distúrbios nem sempre estão vinculados diretamente com as condições deficientes ou ambientais.

Transtorno é transformação, é alteração, é adquirir nova forma ou feição, é deterioração."

"Distúrbio - padrão psicológico e comportamental que ocorre em um indivíduo trazendo como consequencias stress e incapacidade da qual não é esperado como parte de um desenvolvimento normal.

Transtorno - uma anormalidade na saúde mental e física. Muitas vezes sendo um sinônimo para doença. 
 
Transtornos médicos podem ser categorizados em transtornos mentais e físicos, sendo o primeiro, de longe, o termo mais comum. Já o transtorno físico é normalmente usado para distinções.

Não há muita diferença entre os termos, ambos se completam."

Fonte(s):

 
Em português o conceito Distúrbio é usado com frequência para patologias somáticas (corpo) enquanto Transtorno é usado para psicopatologias (mente/cognição). Complicado né? Deixa eu facilitar:
Quando se fala: "fulano possui um distúrbio cardiovascular" pressupõe-se que algum órgão do seu corpo está funcionando incorretamente, alterando a sua homeostase e é possível identificar onde está (objetivamente) o problema.
Quando se fala: "fulano possui um transtorno obsessivo-compulsivo" pressupõe-se que a pessoa não está funcionais que atrapalham seu desempenho pessoal, social e ocupacional, no entanto não se identifica onde está o órgão "doente". Há um problema, mas não identifica-se somaticamente o local dele.
Os Norte-Americanos têm uma palavra que engloba ambos (distúrbio e transtorno) que é: Desordem. Esta palavra pode ser usada em todos os contextos, no entanto: usando-se a palavra Transtorno (pressupõe-se não se ter correspondência somática); usando-se a palavra Distúrbio (pressupõe-se ter correspondência somática).


Exemplo na psicopedagogia:

Distúrbio ou Transtorno?




O Transtorno de Aprendizagem é a inabilidade específica na leitura, na expressão escrita ou na matemática em indivíduos que apresentam resultado abaixo do esperado para seu nível de desenvolvimento, escolaridade capacidade intelectual. ( American Psychiatric Association, 1994 ).
Os Transtornos de Aprendizagem afetam a habilidade da pessoa de falar, escutar, ler, escrever, soletrar, pensar, recordar, organizar informações ou aprender a matemática. Os transtornos de aprendizagem não podem ser curados. Duram para a vida toda.
De acordo com a definição estabelecida em 1981 pelo National Joint Comittee for Learning Disabilities (Comitê Nacional de Dificuldades de Aprendizagem), nos Estados Unidos da América, Distúrbio de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com outras condições desfavoráveis (por exemplo, alteração sensorial, retardo mental, distúrbio social ou emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é resultado direto dessas condições ou influências. Collares e Moysés, 1992: 32)
A Dificuldade de Aprendizagem está relacionada a vários fatores como:
  Fatores Emocionais;
  Fatores Orgânicos;
  Fatores Específicos;
  Fatores Ambientais.
Deve-se considerar também aspectos psíquicos, que em muitos casos são responsáveis pelo baixo rendimento escolar.
A aprendizagem depende basicamente da motivação. Muitas vezes o que se chama de dificuldade de aprendizagem é basicamente "dificuldade de ensino". Cada indivíduo aprende de uma forma diferente, conforme seu canal perceptivo preferencial. Quando o que lhe é ensinado não o motiva suficientemente, ou lhe chega de forma diferente de seu canal preferencial (de acordo com o canal preferencial de quem lhe ensina), então a compreensão ou o aprendizado não se completa.
 A massificação do ensino tem contribuído muito ao aparecimento e aumento dos "distúrbios de aprendizagem".
Quando a aprendizagem não se desenvolve conforme o esperado para a criança, para os pais e para a escola ocorre a "dificuldade de aprendizagem".  É necessário a identificação do problema, esforço, compreensão, colaboração e flexibilização de todas as partes envolvidas no processo: criança, pais, professores e orientadores.
O que se vê normalmente é a criança desestimulada, achando-se "burra", sofrendo, os pais sofrendo, pressionando a criança e a escola, pulando de escola em escola, e esta pressionando a criança e os pais, todos insatisfeitos.
É necessário o reconhecimento do problema por um profissional adequado, com treino específico da dificuldade a fim de que a criança supere suas dificuldades, com esforço, colaboração da família e da escola em conjunto acompanhando as etapas de evolução da criança.
A dificuldade mais conhecida e que vem tendo grande repercussão na atualidade é a dislexia, porém, é necessário estarmos atentos a outros sérios problemas: disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).

Exemplo no Transtorno Bipolar

Como categorizado pelo DSM-IV e pelo CID-10, o transtorno bipolar ou distúrbio bipolar é uma forma de transtorno de humor caracterizado pela variação extrema do humor entre uma fase maníaca ou hipomaníaca, hiperatividade e grande imaginação, e uma fase de depressão, inibição, lentidão para conceber e realizar ideias, e ansiedade ou tristeza. Juntos estes sintomas são comumente conhecidos como depressão maníaca.

Para refletir a reforma psiquiátrica.

 Este autor coloca seus pontos de vista políticos e religiosos com clareza. Só não ficou claro para mim, se defende o regime asilar ou outra opção intermediária.

ANTIPSIQUIATRIA

Victor Leonardo Da Silva Chaves
Coronel -Médico da R/Rm da Aer. CREMERJ 52-12223-0
Ex-psiquiatra do Quadro de Saúde da Aeronáutica.
Título de Psiquiatra conferido pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Associação Médica Brasileira em 1970; pelo Conselho Federal de Medicina e Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro em 1986.
Ex-membro da Associação Brasileira de Psiquiatria [1970/1994] e Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro [1968/1994]. Licenciado em Filosofia pela UERJ.

1. Introdução. Em princípio do outono de 2001, a imprensa anarco-comunista anunciou que o Congresso aprovara em 27 de março o projeto de lei do Deputado Paulo Delgado [PT de MG], que propunha a extinção de manicômios, tendo sido sancionado pelo executivo em 6 de abril. Há indícios de má-fé, pois tal projeto fora aprovado em 1989, somente na Câmara Federal por voto de lideranças e derrotado no Senado Federal, seguido pelos substitutivos dos Senadores Lucídio Portela e Sebastião Rocha. Ambos modificaram substancialmente o projeto original. Esse último substitutivo é o que foi aprovado nas datas acima, tornando-se a Lei 10 216 de 06/04/01[D.O.U. 09/04/01]. Essa mistificação foi feita pela esquerda que domina os meios de comunicação, pois esse projeto é uma expressão política de uma doutrina de inspiração anarco-comunista, denominada de antipsiquiatria. 2. Definição. O termo antipsiquiatria passou a ser usado na década de sessenta para designar uma corrente doutrinária na área de saúde mental que tinha por característica principal contestar a validade da Ciência Médica para resolver os problemas de psiquiatria. Seus conceitos propagaram-se para áreas afins, no bojo dos movimentos de protesto das conturbadas décadas de 60 e 70, que julgam não existir doenças mentais e que a nosologia médica psiquiátrica não passa de um conjunto de rótulos, apregoando o fechamento dos estabelecimentos médicos psiquiátricos. Roudinesco [1], em seu Dicionário de Psicanálise, fornece a seguinte definição: Embora o termo antipsiquiatria tenha sido inventado por David Cooper num contexto muito preciso, ele serviu para designar um movimento político radical de contestação do saber psiquiátrico [grifo nosso], desenvolvido entre 1955 e 1975 na maioria dos grandes países em que se haviam implantado a psiquiatria e a psicanálise [grifo nosso]: na Grã-Bretanha, com Ronald Laing e David Cooper; na Itália, com Franco Basaglia; e no Estados Unidos, com com as comunidades terapêuticas, os trabalhos de Thomas Szasz e a Escola de Palo alto de Gregory Bateson. (...) Como utopia, a explosão da antipsiquiatria foi radical, e Cooper sublinhou isso ao discursar em Londres, na tribuna do congresso mundial de 1967, o qual almejava inscrever a antipsiquiatria no quadro de um movimento geral de libertação dos povos oprimidos [grifo nosso] (...) Cooper prestou uma vibrante homenagem aos participantes da comuna de 1871, que haviam atirado nos relógios para acabar com "o tempo dos outros, o dos opressores, e assim reinventar seu próprio tempo" [observe a orientação política anarquista]. Antipsiquiatria é uma ideologia perniciosa, de inspiração anarquista. É formada pela confluência de várias

correntes de pensamento que dominaram a sociedade ocidental a partir do final do Século XIX e parece que se adentrará, infelizmente, pelo XXI. 3. Antecedentes históricos. 3.1. A passagem do Século XIX para o XX foi marcada por duas correntes filosóficas: o niilismo de Nietzsche e a fenomenologia de Husserl. O niilismo é uma doutrina iconoclasta que faz apologia do nada. A fenomenologia, inspirada em Kant, afirma a primazia do fenômeno em relação ao númeno. Esse último seria inacessível ao sujeito, portanto, só sendo perceptível o primeiro. Com isso, Husserl quis mostrar a identificação entre sujeito e objeto em vez da interação entre os dois. Querendo ou não, sua doutrina acaba por privilegiar o sujeito em detrimento do objeto, dando margem ao excesso de subjetivismo que caracterizou o Século XX. Essas duas correntes vieram a inspirar o existencialismo fenomenológico de Heidegger, o existencialismo materialista de Sarte, a "filosofia da ambigüidade" de Merlau-Ponty, que sustenta que a experiência humana possui um sentido eminentemente enigmático [2], todas as manifestações estruturalistas, inclusive o descontrutivismo de Derridá, a Escola de Frankfurt e o Círculo de Viena. 3.2. Esse período caracterizou-se também pelo aparecimento das correntes chamadas de psicologia profunda [Freud, Adler, Jung e outros] que afirmam que a conduta humana é dirigida por uma instância mental irracional, que chamam de inconsciente dinâmico. Esse menoscabo da razão induziu a uma identificação de liberdade com irresponsabilidade. Muitas delas aceitam como parte da mente normal a bissexualidade, a homossexualidade [a criança seria um polimorfo perverso, pois encerraria em latência todas as perversões sexuais dos adultos] e o uso de doença mental (neuropsicoses de defesa) como um meio que a mente tem para se defender dos conflitos. Isso eliminou os limites entre sadio e patológico, e influenciou o Manisfeste du Surréalisme, de 1924, quando André Breton propõe o não-conformismo e a tese do automatismo mental. No primeiro princípio, faz apologia da iconoclastia e, no segundo, defende o aetismo extremo, em que o autor deveria escrever tudo que lhe viesse à mente [patológica, evidentemente], sem a menor censura, mesmo que o conteúdo viesse a escandalizar os bons costumes, tal como incesto, bestialidade ou qualquer outra perversão. 3.3. Na década de trinta [1933], alguns sociólogos americanos cunharam a expressão "psiquiatria social" [3] com a pretensão de transformar a Medicina em sociologia. A revista 'MÉDICOS', editada pela USP, apresentou em seu número de dezembro de 1998 [ANO 1, Nº 5, pg. 100] a opinião da socióloga Maria Helena Machado que atribui à Medicina ( saber científico com a finalidade de aliviar a dor e salvar vidas) uma "aliança com o Estado (...) e com a elite dominante". Esse despautério demonstra o descalabro que a "sociologização" da Medicina atingiu. 3.4. Foi na década de sessenta do Século XX, que explodiu o laxismo [laissezfaire extremo na esfera moral] fomentado por essas doutrinas de pensamento. Começou com o movimento hippie, tendo por fundamento estético o extravagante, o aberrante, tudo que causasse escândalo; criatividade passou a ser sinônimo de extravagância, aberração, escândalo. Na esfera moral o mote foi

"paz e amor": com paz eles queriam dizer ociosidade; com amor, luxúria, devassidão dos costumes. Foi a era da liberação do sexo e tóxico, quando tudo deveria ser permitido, a hierarquia passou a ser risível, a ordem, opressão e a obediência, submissão. A palavra de ordem foi contestar, contestar por contestar, sem o menor fundamento. A única coisa a proibir foi proibir. Esse foi o lema das badernas das ruas de Paris em maio de 1968, lideradas pelo filósofo Herbert Marcuse e apoiadas por vários intelectuais como Sartre, Simone de Beauvoir e outros anárquico-socialistas [4]. Em agosto de 1969, ocorreu o festival em Woodstock, quando imperou a promiscuidade sexual, o abuso de tóxico, a falta de higiene, a extravagância. 4. Formação da ideologia antipsiquiátrica. 4.1 François Dosse [5] afirma que em 1952 a UNESCO encomendou a LevyStrauss [antropólogo de orientação estruturalista] um estudo sobre "a questão racial perante a ciência moderna". O autor publica o livro "Race e Histoire" que, querendo derrubar os preconceitos raciais, então ainda tão presentes suas conseqüências funestas [sete anos após a Segunda Guerra Mundial], extrapolou para o extremo oposto, sustentando a ausência de hierarquia entre as civilizações. Uma cultura que ainda exigia sacrifícios humanos estaria no mesmo grau de igualdade como a cultura cristã. Essa ideologia concorreu para incentivar a iconoclastia em curso e resultar na Nova Era [New Age] da década de sessenta. 4.2. O filósofo francês Michel Foucault [1926/1984] deu uma grande contribuição para a formação da ideologia antipsiquiátrica com seus livros iconoclastas: História da Loucura na Idade Clássica [1961], As Palavras e As Coisas [1966], Arqueologia do Saber [1969]. Esse indivíduo é suspeito, pois em 1948, tentou suicídio e foi internado em hospital psiquiátrico. Outro fato de conhecimento público e notório era o de que ele era pederasta e morreu de SIDA [AIDS] em 1984. Os apologistas da antipsiquiatria classificam esses argumentos de mesquinhez e alegam que seu passado psiquiátrico e sua "opção" [SIC] sexual não têm relação com o que escreveu. Pensamos que sim, pois ele denegriu vários saberes e institutos que salvaguardam os valores morais da sociedade. 4.3. Roger Bastide, sociólogo francês de orientação estruturalista, em 1967 afirmou: "não se é enfermo mental, senão em relação a uma determinada sociedade" [6]. É o relativismo que caracteriza o pensamento estruturalista: não existe certo ou errado, verdade ou erro, tudo depende, tudo é relativo. Eles confundem a percepção do fenômeno, que é relativa por ter forte componente subjetivo, com a "coisa em si" ou "númeno". 4.4. Médicos contaminados por essas tendências "psicologizante", "sociologizante" e "antropologizante" denigrem a própria Medicina: Thomas Szasz, médico psicanalista norte americano, recusa o modelo médico para as doenças mentais [Ideologia e Doença Mental - Ensaios Sobre a Desumanização Psiquiátrica do Homem e El Mito de Lãs Enfermidades Mentales]; Ronald Laing e Esterton: Loucura, Gordura e Família, 1965; Ronald Laing: La política de la Experiencia, 1967; todos citados por Moreira [7]. 4.5. Em 1965, o médico inglês David Cooper, nascido na África do Sul e pertecente ao partido comunista clandestino, juntamente com Ronald Laing, defensor do uso de mescalina e LSD, e Aaron Esterson formaram o movimento antipsiquiátrico internacional. Em 1967, Cooper lança o livro contestador e

iconoclasta Psychiatry and Anti-Psychiatry, editado pela Tavistock Publication. Esse dados foram colhidos de Roudinesco [8]. A partir desse período fatídico, a antipsiquiatria passou a ser tema preferido da juventude desajustada, dos portadores de conflitos sociais, mentais, sexuais, dos contestadores contumazes e foi usada como instrumento político de contestação e de desorganização social. Em maio de 1978, o médico italiano, Franco Basaglia, membro do Parido Comunista Italiano [anarquista e gramsciista], conseguiu que o Parlamento de seu país aprovasse a Lei de nº 180 que acabava com os hospitais psiquiátricos. Em 1987, Roy Porter lançou o livro Uma História social da Loucura, repetindo a mesma cantilena antipsiquiátrica. 4.6. Podemos asseverar com segurança que foi na década de sessenta que se forjou a contra-cultura que caracterizou esse final se século. 5. Conseqüência da ideologia antipsiquiátrica. 5.1 Após os desvarios das décadas de sessenta e de setenta do Século XX, a humanidade chegou à de oitenta com uma baixa geral na escala de seus valores morais. A Organização Mundial de Saúde retirou o diagnóstico de homossexualidade da categoria de perversão sexual da Classificação Internacional de Doenças [CID 9 ª revisão, 1975] e a colocou na classificação de desajustes sociais. A 10a. Revisão de 1995 retirou por completo esse diagnóstico admitindo várias "opções" [SIC] sexuais. No meio de saúde mental, já apareceram pervertidos que vêem com certa naturalidade a prática sexual entre seres humanos e animais. Políticos demagógicos ou degenerados defendem a legalização de casamento entre pervertidos sexuais e, o que é pior, isso já não choca mais as pessoas comuns. Apresentadora solteira de programas infantis pela televisão anunciou que se submeteria a inseminação artificial. Aparecem criminosos compulsivos, assassinos desvairados que metralham inocentes nas escolas, nos cinemas. Suicídios coletivos, liderados por um maníaco, tornam-se rotina. A legalização de drogas já está sendo defendida até por pessoas aparentemente equilibradas, mas sem intelectualidade, que se deixam influenciar por essa contra-cultura. Os meios de comunicação só abordam temas sobre violência e erotismo. As religiões perderam o senso de sacralidade: em vez de levar o povo a Deus, querem levar o Sagrado ao profano com apresentações religiosas que se assemelham mais a espetáculo circense do que um ato sagrado. 5.2 Em 13/SET/86, o jornal "O Globo" [Rio-RJ], publicou uma sentença proferida pelo Juiz Titular da 37 ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Dr. Sérgio Verani, em que afirma a falibilidade do diagnóstico psiquiátrico, baseado no livro "Psiquiatria e Antipsiquiatria" de David Cooper, contrariando o diagnóstico e parecer de dois eminentes psiquiatras, Dr. Talvane Marins maia e Dra. Alva Coeli. Quando o saber jurídico contesta o saber psiquiátrico em obra de duvidosa seriedade científica, envolvida com o anarco-comunismo e os movimentos contestadores da contra-cultura é porque tudo já está perdido. Só resta a fé em um Deus misericordioso que não permitirá que o mal dure sempre. AMEM! 6. A lei Paulo Delgado. A apresentação do projeto já encerrava malícia, pois usava para os estabelecimentos psiquiátricos a palavra pejorativa "manicômio". Há muito tempo, já é usado o termo "hospital psiquiátrico" e já havia uma tendência a extinguir não só esse, como os outros estabelecimentos de saúde que tratassem

apenas um quadro clínico, como os sanatórios de tuberculosos, de hanseníacos, etc.. A orientação era construir hospitais gerais a fim de que o doente pudesse ser atendido nas intercorrências de outras áreas. Além disso, o avanço da bioquímica veio curar muitas doenças mentais ou torná-las suscetíveis a controle. Foi a química e não a psicologia, a sociologia, a psicanálise ou a política, responsável pela humanização do tratamento psiquiátrico e a redução da necessidade de internação. A aprovação dessa lei mostraria uma postura no mínimo demagógica, se não fosse deliberadamente subversiva, anarquista, corrosiva. A sociedade brasileira enfrentaria os mesmos problemas ocorridos na Itália a partir de 1979: os ricos iam para Suíça ou França internar seus doentes, os pobres tinham que sobreviver à ameaça de seus parentes insanos. 7. Conclusão. Se esse projeto original tivesse sido aprovado, a sociedade brasileira enfrentaria os mesmos problemas ocorridos na Itália a partir de 1979: os ricos iam para Suíça ou França internar seus doentes, os pobres tinham que sobreviver à ameaça de seus parentes insanos. Esse é o caos almejado pela esquerda anarquista, seguindo seu lema - QUANTO PIOR, MELHOR. Pessoas assustadas falam em fim de mundo. Achamos que já estamos vivenciando os tempos apocalípticos. Não somos místico e não professamos ocultismo, mas a crise moral causa tamanho desespero que nos força a pensar de modo mágico. A famosa besta apocalíptica, tão enigmática, nada mais é do que o aniquilamento moral que a contra-cultura dos anos sessenta nos deixou como herança. Talvez haja até uma relação cabalística entre o número 666 e a década de 60. Seu número, 666 [Apocalipse 13:18], é uma série constituída pela repetição, três vezes, do algarismo "6". A década de 60 [1961/1970] tem nove vezes o algarismo "6" repetido. Nove é o triplo de três. A década de 60 é o triplo da besta apocalíptica. Que os místicos da Nova Era [New Age] reflitam sobre isso. Referências Bibliográficas 1] Dicionário de Psicanálise; Roudinesco, E. e Plon, M.; Rio de Janeiro; Jorge Zahar Editor; 1998. 2] Dicionário Básico de Filosofia; Japiassu, H e Souza Filho, D. M.; 1A. Ed.; Rio de Janeiro; Jorge Zahar Editor; 1990. 3] Moreira, M.S.; Notícias Psiquiátricas[Set/90, Nº 198]; Rio de Janeiro; Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro. p. 4. 4] Chaves, V.L.S.; Falando de Psiquiatria [OMBRO A OMBRO ANO XII, Março de 2000]; Rio de Janeiro; Estandarte Editora e Empreendimentos CulturaisLtda;; .pg. 10. 5] Dosse, F.; História do Estruturalismo, v.1. o campo do signo,1945-1966; São Paulo; Ensaio;Campinas, SP; Editora da Universidade Estadual de Campinas; 1993. 6] Moreira, M.S.; idem, p 4. 7] Moreira, M.S.; ibidem, p. 2. 8] Dicionário de Psicanálise; Roudinesco, E. e Plon, M.; idem.