quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A IMPORTÂNCIA DOS GRUPOS TERAPÊUTICOS EM SAÚDE MENTAL

Data: 20/08/2014

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

Aluno: Francisco Hélio Oliveira Júnior

Disciplina: Saúde Mental 2

Profº: Diego da Rosa Leal

 

 

A IMPORTÂNCIA DOS GRUPOS TERAPÊUTICOS EM SAÚDE MENTAL

 

Um grupo, sendo explicado de forma sucinta, através de revisão literária do livro  Enfermagem Psiquiátrica- Conceitos de Cuidados, 3ª Ed, 2002, elaborado pela especialista em Enfermagem Clínica e Psiquiátrica, Mary C. Townsend, significa a união entre duas ou mais pessoas, cujos propósitos são semelhantes, ou seja, é constituído de indivíduos que percebem ou perceberão que, o alcance de determinado objetivo comum, é melhor realizado com a junção de esforços , através de uma adequada organização dos  membros de seu grupo.

Para que determinado grupo funcione são necessários o empenho e a determinação de seus membros para que sejam atingidos seus respectivos objetivos visando o bem comum. Essa determinação é facilitada, ou melhor desenvolvida , através da utilização de fatores como liderança e organização, as quais juntas podem propor e elaborar normas e metas, bem como o tempo estabelecido para se alcançar tais metas. Essas ferramentas além de propiciar uma maior responsabilidade por parte dos membros, favorecem a união dos mesmos de forma harmoniosa e equilibrada (TOWSEND, 2002).

Quando um grupo amadurece, ou seja, atinge seu grau máximo de harmonia e equilíbrio, entre seus constituintes, significa que os mesmos aprenderam a desenvolver algumas características vitais para sua sociedade, que Townsend descreve como sendo uma maior socialização entre os mesmos, fator que auxilia a execução de suas tarefas através do apoio mútuo, reciprocidade, que de forma organizada e através de "camaradagem", normas e uma boa liderança, conseguem atravessar qualquer obstáculo ou desavença que se impõe para degradar a saúde grupal e desvinculá-lo de suas metas principais (TOWNSEND, 2002).

Explicados os conceitos de um grupo e as ferramentas que o constroem, fica mais fácil entender porque os princípios do mesmo podem ser aplicados às práticas terapêuticas da saúde mental.  Segundo um estudo realizado pela psicóloga do CAPS de Viçosa do Ceará-CE, Patrícia Lemos cujos resultados foram reunidos em seu artigo Psicologia de orientação positiva: uma proposta de intervenção no trabalho com grupos em saúde mental, uma das maiores dificuldades para a saúde mental aplicar os seus princípios que dirigem a Reforma Psiquiátrica, é não apenas tratar a psicopatologia do cliente, mas também desenvolver comportamentos adequados para que o mesmo possa ser reinserido de forma saudável na sociedade em que se encontra (LEMOS,2009).

 

Analisando as dificuldades da psiquiatria em estabelecer um tratamento mais abrangente à portadores de psicopatologias, ou seja, em todos os seus aspectos biopsicossociais, compreendemos melhor a importância de inserir nos Centros de Assistência Psicossocial, as práticas em grupo, a promoção dos grupos terapêuticos , que além de amenizar os esforços individuais de cada um, através da "camaradagem" e do apoio interno, surge aí oportunidades de aprender a conviver melhor socialmente, são desenvolvidos comportamentos de abordagem interpessoal mais adequados, tornando possível uma melhor inserção à nível social desses pacientes.

 

É imprescindível ainda falar da importância dos enfermeiros do CAPS nesse tipo de terapêutica, pois os mesmos possuem em sua grade curricular diversas disciplinas sobre organização e liderança. ESSAS duas características profissionais são muito úteis na elaboração desse plano de tratamento grupal, onde os mesmos podem além de incentivar a formação do grupo, ainda auxiliam o mesmo na elaboração de normas e rotinas, servindo como uma espécie de líder primário que com o passar do tempo e com o desenvolvimento da maturidade desse grupo, vai propiciando uma maior autonomia em decisões de seus membros, passando a ser vir como um mediador de problemas que possam vir a surgir.

 

Os grupos terapêuticos, como já explicado, consistem na associação de duas ou mais pessoas, que de forma organizada trabalham em conjunto para se atingir metas de bem comum. Nesse tipo de terapia grupal, além de amenizados os esforços individuais no tratamento de cada um através da reciprocidade entre seus membros, pode ainda auxiliar na reinserção desses indivíduos em sua comunidade de origem. Portanto fica mais claro entender a importância da inserção mais frequente desse tipo de prática nos CAPS, que além de destacarem as capacidades dos enfermeiros que atuam no mesmo, surgem como possíveis soluções para tratar portadores de psicopatologias de forma mais integral, em todos os eixos biopsicossociais tão preconizados pela Reforma Psiquiátrica.

 

  

REFERÊNCIAS

 

TOWNSEND, Mary C. O Processo de Enfermagem na Enfermagem Psiquiátrica de Saúde Mental. In: TOWNSEND, Mary C. Enfermagem Psiquiátrica- Conceitos de Cuidados, 3ª Ed.  Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2002. Páginas 115-124.

LEMOS, Patrícia & JÚNIOR, Francisco Silva. Psicologia de orientação positiva: uma proposta de intervenção no trabalho com grupos em saúde mental. Ciência & Saúde Coletiva, 14(1):233-242, 2009.

 

 


--
Seu irmão em Cristo, nosso Senhor.
DIEGO DA ROSA LEAL
Enfermeiro - COREN ID 98607

Nenhum comentário:

Postar um comentário