domingo, 7 de julho de 2013

DEDICATÓRIA E JUSTIFICATIVA - Projeto Participação Cidadã

DEDICATÓRIA

Dedico ao maior revolucionário pacifista de todos os tempos, nosso Senhor Jesus Cristo e à memória do gênio revolucionário pernambucano, nosso patrono Paulo Freire. São estes que inspiram minha prática como educador.

JUSTIFICATIVA - Projeto Participação Cidadã

Na conclusão da faculdade, muitos graduandos enfrentam o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que tem um pré-projeto, antes da versão final. Eu fui um desses acadêmicos que escreveu um pré-projeto e depois mudou de tema, escolhendo fazer o trabalho final em outro foco, que foi um trabalho pioneiro no controle do HIV na UFSM, no ano de 2002. Meu primeiro pré-projeto enfocava educação e cidadania e abordava algo similar à atuação do enfermeiro no atual Programa Saúde na Escola (PSE). Eu mudei o tema por ter optado trancar a faculdade por dois anos para servir como um missionário de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Estado de São Paulo,  voltando com outras idéias em mente, mas a promoção da educação em saúde e cidadania, no entanto, é algo que até hoje me entusiasma, inspira e encanta.
Recordando-me de alguns momentos chave de minha construção e exercício como educador cito três destes. O primeiro, no segundo semestre de 2001 em Miracatu/ SP, quando voluntariamente ministrei atividades educativas com foco na prevenção em saúde em uma escola e grupo em unidade básica de saúde, com ênfase na hipertensão e diabetes. No segundo, em 2002, ministrei em várias escolas e empresas de Santa Maria/ RS. Na época o objetivo maior estava no aconselhamento pré-teste do HIV e Sífilis, transmitindo importantes informações relacionadas à sexualidade. O mesmo aconteceu no terceiro, nas atividades do Centro de Testagem e Aconselhamento Itinerante (CTA) em 2004, quando fui o responsável técnico pela implantação desse serviço em Porto Seguro/ BA, com o importante acréscimo da coleta para testagem nos locais, da entrega do resultado com aconselhamento pós-teste e da administração do tratamento dos indivíduos em que foram identificados resultados positivos. Nestas ações eu sempre ficava com vontade de aumentar a atenção e  ampliar a assistência prestada; "oferecer um pouco mais".
Com a implantação do Programa Saúde na Escola (PSE) em vários municípios do país, porém, tornou-se possível não somente a realização dessas modalidades de ação, mas a extensão de muito do que se oferece nos Programas vigorantes nas Unidades da Estratégia Saúde da Família da Atenção Básica. Também tornou-se possível realizar testes de acuidade visual (verificando a eficácia da visão) e expandir as ações educativas dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).
Essas triagens são muito, mas muito importantes na identificação e encaminhamento nos diversos casos existentes nas instituições escolares - apesar de que o foco, do público-alvo inicial da triagem estar nos jovens entre 13 a 15 anos.
Observei também uma oportunidade de cuidar dos educadores. Em minha experiência profissional em 2005/2006 na Saúde da Família de Farroupilha/RS, município da Serra Gaúcha que tem o Programa Saúde do Trabalhador implantado e em minhas atividades no Caps no extremo sul baiano, atendendo professores, sensibilizei-me ao visualizar a vulnerabilidade a que estão submetidos tanto os profissionais de saúde, quanto os educadores à patologias clínicas relacionadas ao estresse, ansiedade, Burnout, depressão, tabagismo, alcoolismo e outros problemas relacionados à saúde psicossocial que afetam a qualidade de vida, o desempenho ocupacional e o equilíbrio dos trabalhadores dessas áreas, como um todo.
Diante do exposto, visualizei uma oportunidade de dar suporte aos cuidadores e educadores - papéis que às vezes se confundem - através das várias ferramentas que o enfermeiro tem ao seu alcance.
O PSE e as ações itinerantes do Caps são uma oportunidade de "fisgar" professores, cuidadores e outros trabalhadores e incluí-los em importantes intervenções como oficinas de relaxamento, tratamento do tabagismo (Programa "Deixando de Fumar sem Mistério") e consultas com comunicação terapêutica (que não pode ser confundida com a psicoterapia), onde é realizado um acompanhamento através de metas.
Com relação à prática cidadã, minhas atividades, primeiro como escoteiro dos 12 aos 15 anos e depois minhas atividades na Universidade Federal de Santa Maria/ UFSM como líder estudantil me conferiram conhecimentos sobre a importância do patriotismo, da participação popular organizada, da preservação do patrimônio ecológico, da ordem social e segurança pública, que devem ser preservadas a qualquer custo.
As temáticas da cidadania e da cultura da paz são as que mais afetam minhas "paixões", pois não envolvem apenas meu pré-projeto de faculdade e as atividades do enfermeiro no PSE, mas estão relacionados a problemas reais, atuais que envolvem não somente a saúde pública, mas um contexto muito maior.
A questão da sustentabilidade das ações da saúde e educação também me incentivaram a desenvolver este projeto, especialmente a parte virtual.
As conhecidas (e tão criticadas na mídia) fragilidades institucionais e políticas do poder executivo, os entraves do jurídico, favorecem a rotatividade dos profissionais, as perseguições aos que realizam críticas ao poder vigente e a não-continuidade de uma série de ações.
Historicamente, muitos projetos problematizadores e críticos tem uma certa tendência de não serem financiados e de sofrerem diversas retaliações e boicotes. Pensando nisso eu disponibilizei tempo, minhas contas na internet, meus dispositivos eletrônicos e parcas habilidades para manuseá-los a fim de garantir continuidade e sustentabilidade ao Participação Cidadã, pois assim não fico à mercê de gestores descomprometidos ou melindrados com a crítica presente no exercício cidadão democrático.
Para consumar e fortalecer essa sustentabilidade, fundei e também me tornei o primeiro membro de um grupo do terceiro setor, de puro voluntariado no extremo sul baiano, o "Comunidade Solidária".
Fui seguido de outras pessoas benevolentes com seu tempo, conhecimentos, recursos e talentos que, dentro de suas possibilidades, contribuem com as atividades on-line do projeto e também com a doação de materiais e aptidões para as oficinas e eventos de reabilitação psicossocial do Caps 1 de S.C. Cabrália.
Também considero importante mencionar a aparente aceitação do Programa Saúde na  Escola em S.C.Cabrália onde o esquema virtual, existente na forma de blogs e participação nas redes sociais foi apresentado a diretores e professores. Na Escola Municipal Nair Sambrano, onde foi realizada a primeira sensibilização foram respondidas perguntas dos alunos sobre saúde, foram escolhidos monitores para recolher novas perguntas escritas e foi divulgado o canal de comunicação com os jovens, através da interação on-line na internet. Esse processo é um pouco lento e também envolve a inclusão digital.
Este projeto é relevante, os objetivos vêm sendo alcançados e a participação virtual de estudantes, professores, servidores e cidadãos em geral vem, gradualmente aumentando.

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Seu irmão em Cristo, nosso Senhor.
DIEGO DA ROSA LEAL
Enfermeiro - COREN ID 98607

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